segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tema 2: Repositórios e outras fontes de REA

Tarefa: Pesquisa e partilha de 3 fontes / repositórios de REA online considerados de interesse, com breve fundamentação da escolha feita.

Os repositórios institucionais podem ser considerados como sistemas de informação que armazenam, preservam, gerem e disponibilizam o acesso à produção científica de uma instituição e/ou comunidades cientificas, por meio de provedores de serviços nacionais e internacionais.

SciELO Portugal

A Scielo é uma biblioteca virtual que inclui uma colecção seleccionada de periódicos científicos portugueses, permitindo o acesso aos textos integrais dos artigos.

Esta biblioteca é uma forma eficaz e imediata de pesquisa, pois as publicações periódicas são, muitas vezes, essenciais a colmatar lacunas numa investigação, ou um complemento indispensável a qualquer investigador de qualquer área do conhecimento.

A ScieLO possui uma licença CC-BY-NC que permite aos utilizadores aceder, distribuir, exibir e executar a obra, bem como criar obras derivadas, desde que confira o devido crédito autoral, da maneira especificada pelo periódico.

Repositório Aberto da Universidade do Porto

Reúne as colecções, em texto integral, da produção intelectual da Universidade do Porto. Pela sua caracterização representa um espaço importante de consulta para a investigação académica, nomeadamente na minha área de mestrado em Estudos Portugueses.

Repositório da Universidade de Lisboa

Um repositório que permite o acesso à produção intelectual da Universidade. Representa um espaço de eleição para o meu trabalho de investigação na área do Romanceiro Português, concernente ao Departamento de Letras.

Referências:

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Reflexão - Potencialidades e desafios dos Recursos Educacionais Abertos



Ao longo dos séculos assistimos à evolução da educação e vai já longe o controlo das massas através desta e o poder totalitário da igreja sobre a mesma. Não indo tão atrás no tempo, basta observar o fosso que existe entre a educação dos anos 70, cuja inovação foi a telescola que pretendia alargar as possibilidades de aprendizagem às zonas recônditas e rurais do país, e a educação de hoje em dia, do milénio da tecnologia.
Precisamente no início deste milénio começam a emergir os recursos educativos abertos disponíveis na Web. A designação Open Educational Resources  (OER) foi usada pela primeira vez durante um workshop da UNESCO em open courseware, em Julho de 2002, para designar a disponibilidade na Web de recursos educacionais abertos, para consulta, utilização e adaptação.
Sem pretender ser controversa e transformar a minha posição num fundamentalismo arcaico, o aparecimento destes novos recursos, assim como a generalidade de ferramentas da Web deixaria decerto Guttenberg em estado de incredulidade. Mas não me cabe, enquanto educadora, defender acerrimamente a manutenção e exclusividade do papel. Pelo contrário, a evidência está aí, à vista de todos, os recursos educacionais abertos devem ser encarados como uma nova revolução, dentro da tecnologia certamente, mas também como elementos complementares no nosso ensino tradicional que devemos abraçar. Não significa que com a utilização destes recursos os alunos deixem de frequentar bibliotecas ou manusear com apreço as páginas de papel de uma edição do “Memorial do Convento”, ou da enciclopédia Lello, significa sim que haverá mais que isso na próxima curva deste caminho. Inovação e tecnologia sempre existirão e de forma crescente e actualizada, a diferença é que já não precisamos de ajudar Blimunda e Baltasar apenas na construção da passarola, precisamos de ajudar na construção, adaptação e aplicação de novos recursos. 
A abordagem da Web providencia o potencial de combinar todos os tipos de canais através dos quais o conhecimento pode ser mudado e partilhado, desde o simples texto até às aplicações interactivas de multimédia, permitindo que os participantes desenvolvam um pensamento crítico e competências analíticas em como intervir nesses ambientes e como tirar vantagem da Web para as suas necessidades pessoais de aprendizagem (Brown e Adler, 2008; Weller e Meiszner, 2008).
No contexto dos recursos educacionais abertos adaptar é um verbo elucidativo daquilo que somos enquanto ser humanos e é o gesto do quotidiano de cada um. Enquanto professores adaptamos os materiais às nossas próprias realidades que passam por diferenças na população escolar, faixa etária, língua ou nacionalidade, em suma, diferenças por vezes abismais de uma turma para outra pela heterogeneidade que é inerente a cada um. Providenciar o tipo de educação que ensina sobre e para pessoas de diferentes costumes, crenças, valores é uma tarefa essencial da educação (TRINDADE; SANTOS, 1999). Pegando num exemplo concreto, no meu percurso profissional muitas vezes adapto materiais, e o exemplo mais cabal do verbo adaptar foi ao leccionar português enquanto língua estrangeira a uma turma de chineses, ou seja, do ramo sino-tibetano, tão oposto ao latim em termos linguísticos, e a uma outra turma de galegos. Os recursos usados nunca poderiam ser os mesmos e por isso tiveram de ser adaptados, neste contexto, conforme a proveniência geográfica dos meus alunos.


O sucesso das novas formas de ensino e dos recursos educacionais abertos tem sido crescente e pode verificar-se em inúmeros exemplos, como a criação da Wikipedia uma enciclopédia que cresce diariamente desde 2001, graças à partilha e contribuição de todos e que ultrapassa fronteiras, disponível em diversas línguas, e abarcando o conhecimento em todas as áreas. Ou os cursos que o MIT disponibilizou a partir de 2002, ou as importantes contribuições da UNESCO, da OECD, da William and Flora Hewlett Foundation e da Sun Microsystems. E se estivermos atentos vemos essa evolução diariamente, em novas formas tecnológicas. Ainda no passado mês de Setembro, a Coreia anunciou a sua estratégia para a educação online, tendo a intenção de implementar o sistema digital em todas as escolas do país até 2015, visando modernizar o sistema educacional e facilitar o acesso. Em Portugal vimos este mês o anúncio do governo em reduzir o número de turmas com ensino de português no estrangeiro, para a Federação Nacional de Educação (FNE), a solução para evitar o desemprego que daí advirá e a perda de qualidade no ensino de português no estrangeiro poderá passar pelo ensino à distância. Ora se a tecnologia está aí, o que temos é de a utilizar e aproveitar, e por ela passam os recursos que servem de tema a esta reflexão. A utilização destes permite democratizar o ensino (disponibilizando-os a quem interesse, independentemente da localização geográfica), uma redução de custos e o trabalho colaborativo entre professores e alunos que, consequentemente, levará a melhorias de um determinado recurso, seja ao nível da quantidade da informação, como da qualidade e da forma como esta se apresenta.


Os ganhos e as motivações para o envolvimento com a educação aberta variam dependendo da perspectiva ou do cenário de aplicação. Motivações para os estudantes se envolverem com a educação aberta podem ser de natureza extrínseca ou intrínseca (Meiszner, 2010). As motivações extrínsecas, como obter algum tipo de reconhecimento, estão talvez mais inerentes ao ensino formal, enquanto as intrínsecas, como o interesse num determinado objecto, relaciona-se com o lado da educação aberta.
A tendência é recorrer a formas de ensino informais, onde cada indivíduo toma parte no processo de construção do conhecimento, num espaço global aberto a todos. O que nos fará crescer enquanto seres sociais será assumir que o conhecimento é de todos e ele deve ser partilhado, combatendo o egoísmo latente. A paixão de ensinar é a paixão de aprender e vice-versa, daí advém a constante partilha de experiências e saberes fazendo destes momentos de aprendizagem uma cura para a alma Os egípcios definiam as bibliotecas como tesouros dos remédios da alma, hoje em dia esses tesouros atravessam as bibliotecas e recomeçam na Web, em redes digitais, fazendo desses espaços, em conjunto, o mítico El Dorado do conhecimento. 

 Referências:

Amiel, Tel; Orey, Michael e West, Richard. Recursos Educacionais Abertos (REA): modelos para localização e adaptação 

Gurell, Seth (autor) & Wiley, David (editor) (2008). OER Handbook for Educators 1.0. [http://wikieducator.org/OER_Handbook/educator_version_one]

Meiszner, Andreas. The Why and How of Open Education’. United Nations University | UNU-MERIT | CCG: The Netherlands

Weller, Martin (2010). Big and Little OER. In Open Ed 2010 Proceedings. Barcelona: UOC, OU, BYU. [http://hdl.handle.net/10609/4851]

Wiley, David (27-09-2011). On OER – Beyond Definitions. Iterating toward openness. [http://opencontent.org/blog/archives/2015].




Orientação sobre os Recursos Educacionais Abertos